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RACISMO, DIÁSPORA E CIDADE EM ÁFRICA E BRASIL

13 a 15 de Novembro
Faculdade de Arquitetura- UFBA

| Apresentação

O seminário ‘’Salvador e Suas Cores 2019: Racismo, Diáspora e Cidade em África e Brasil’’, propõe-se em sua quinta edição a realização de um evento internacional que conecte o Brasil e à África no campo disciplinar da Arquitetura e do Urbanismo, trazendo os processos de racismo no espaço urbano, e a segregação étnico-racial, existentes nas cidades africanas e brasileiras, busca-se traçar um paralelo entre os processos de racialização das cidades brasileiras e africanas imersos em um processo contínuo de diáspora. O seminário internacional busca consolidar e desenvolver o campo disciplinar da Arquitetura e Urbanismo no Brasil nos chamados ‘’Estudos Africanos’’ e ‘’Afro-brasileiros’’, trazendo reflexões e debates sobre os processos de segregações étnico-raciais na produção contemporânea das cidades africanas e brasileiras. A faceta racial do urbanismo atual em desenvolvimento no Brasil e África. Os processos de formação de bairros negros no Brasil e guetos e zonas de exclusão em África em fluxos diásporicos. As perseguições e criminalizações das práticas culturais africanas e afro-brasileiras a luz dos projetos de urbanização higienistas, modernizantes, e segregacionistas étnico-raciais no século XIX, XX e XXI em Brasil e África. O racismo nos discursos da ocupação/desocupação/reocupação pelo negro do espaço urbano africano e brasileiro, o planejamento urbano e o racismo, o desenvolvimento do racismo institucional e seus impactos nas cidades, e os processos de gentrificações e segregação social-espacial/étnico-racial nas cidades africanas e brasileiras na atualidade com os respectivos deslocamentos migratórios que retroalimentam e ressignificam a diáspora. O racismo e anti-racismo no espaço urbano brasileiro e africano, e o turismo étnico: agenciamento das manifestações culturais negras nas cidades africanas e brasileiras, que criam num movimento diaspórico imagens do negro nos dois lados do Atlântico. O seminário busca, ainda, trazer visibilidade para a produção da Arquitetura e Urbanismo em África, que não são tratados nos currículos de graduação e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, sempre vinculados às referências européias e norte-americanas. Construção de repertório crítico de referenciais arquitetônicos e projetos urbanos em contextos sócio-culturais e étnico-raciais distintos da realidade brasileira dentro de um campo de força de disputas raciais. Descolonização do pensamento com a problematização da relação sul-sul, Brasil-África, com conceitos e princípios distintos dos cânones europeus, notadamente, da relação de colonização, descolonização e reconstrução dos países africanos e suas relações diaspóricas com o Brasil. O seminário integra o Novembro Negro na UFBA, a semana da Consciência Negra em Salvador, e as comemorações do Novembro Negro do estado da Bahia.

| Grupos temáticos

GT1 – RACISMO E CIDADE: Segregação Étnico-Racial, Bairros Negros no Brasil, Guetos na África, e Resistências Urbanas em África e Brasil.

 

Segregação étnico-racial no Brasil e África: bairros negros e territórios da negritude no Brasil, guetos e zonas de exclusão na África. Perseguição e criminalização das práticas culturais africanas e afro-brasileiras no século XIX e XX em meio urbano brasileiro: capoeira, samba, maculelê, candomblé, e africano. Projetos de urbanização higienistas, modernizantes, e segregacionistas étnico-raciais nas cidades brasileiras e africanas no século XIX e XX. Raça, racismo, e racialidade nos discursos da desocupação/ocupação pelo negro do espaço urbano brasileiro e africano. Racismo e Anti-racismo no espaço urbano brasileiro e africano. Racismo Institucional e espaço Urbano brasileiro e africano. Planejamento Urbano e Racismo no Brasil e em África. Projetos de Urbanização e Racismo no Brasil e África. Segregação Étnico-racial nas cidades brasileiras e africanas. Turismo Étnico: agenciamento das manifestações culturais negras no Brasil e em África. Conceitos sobre bairros negros no Brasil. Percepções dos bairros negros no Brasil: limites, extensões e redes. Caracterização e metodologias de apreensão dos bairros negros no Brasil. Bairros negros: família extensa e redes de solidariedade. Bairros negros e paisagem urbana no Brasil. Formação e desenvolvimento dos Guetos em África no período colonial e pós-colonial. O gueto e zonas de exclusão nas cidades africanas contemporâneas. Resistência em Bairros Negros no Brasil e Guetos em África. Manifestações culturais e expressões artísticas afro-brasileiras nos bairros negros no Brasil - Territórios da Negritude: Capoeira, Maculelê, Congadas, Marujadas, Foguedos, Reizados, Tambor de Crioulo, Sambas Juninos, Samba de Roda, Mangue Beach, Hip-hop, Funk; e nos guetos em África. Estatuto da Cidade x Estatudo da Igualdade Racial. Estatuto da Igualdade Racial: Arquitetura e Cidade. Políticas Públicas em territórios negros no Brasil: Programa Brasil Quilombola - Habitação, Saneamento, Infra-Estrutura Urbana; Minha Casa, Minha Vida Rural; Luz para Todos; Água para Todos; Escola Quilombola do MEC, Casas de Farinhas. Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais de Matrizes Africanas e sua relação com a Cidade. Aparato institucional de tutela dos territórios negros: cooperações e conflitos.

GT2 – DIÁSPORA NEGRA E CIDADES: Cidades Africanas e Brasileiras em processos diaspóricos.

 

Tráfico Negreiro e impacto nas cidades brasileiras. Relações de trocas entre cidades brasileiras e africanas no período do tráfico. Fluxos de Libertos entre Brasil e África e seus desdobramentos urbanos. Escravos degradados e a formação de bairros ‘’brasileiros’’ em África. Arquitetura dos Tabom em Gana e dos Agudás no Benim e Nigéria: os retornados. Rotas e redes do tráfico no Atlântico Negro: África, Antilhas, Caribe, EUA, Brasil e suas redes e conexões urbanas.  Os processos diaspóricos no Atlântico Negro: 1ª, 2ª, e 3ª Diáspora Negra e Cidade. As migrações contemporâneas de africanos para as cidades brasileiras. Habitação escrava no meio urbano e rural no período colonial e imperial. Os escravos domésticos, de ganho e de aluguel no espaço urbano nas cidades brasileiras. Os escravos nas cidades africanas. O tráfico de escravos entre as cidades africanas. Artífices negros e a construção de cidades brasileiras. Apropriações, conflitos e revoltas escravas no meio urbano. Territórios da resistência escrava: quilombos, terreiros, e irmandades religiosas. O negro nas cidades brasileiras após-abolição. Invisibilidade do negro no processo de modernização/industrialização das cidades brasileiras. História das Cidades Africanas: antiguidade, pré-colonial na era do mercantilismo africano, colonial, pós-colonial. Cidades Estados Africanas na África Ocidental e Meridional. Urbanismo na África no período colonial e pós-colonial. Pan-Africanismo, Afrocentrismo, Pós-Colonialismo e Cidades Africanas. Filosofia Africana Contemporânea e Cidade. Políticas Públicas Urbanas e Cidades Africanas. Planejamento Urbano nas Cidades Africanas no período colonial e contemporâneo. Projetos e desenho urbano contemporâneo em África. Cenário político, econômico e social atual da África e Cidades. Neoliberalismo e Globalização na produção atual das Cidades Africanas. As Novas Cidades Globais Africanas - as Megacidades em África. O ‘’Levante da África’’ e o Urbanismo Contemporâneo no continente Africano: ‘’Cidades Genéricas’’, ‘’Cidades Inteligentes’’, ‘’Cidades Tecnológicas’’, ‘’Cidades Ecológicas’’, ‘’Cidades Verdes’’.

GT3 – ANTI-RACISMO E AS ARQUITETURAS AFRO-DIASPÓRICAS DA RESISTÊNCIA: Arquiteturas Africanas, Afro-Brasileiras, Afro-Latinas, Afro-Caribenhas, e Afro-Americanas.

 

A Arquitetura produzida pelos negros diaspóricos como um instrumento de luta anti-racista nas Américas. Arquiteturas Afro-Diaspóricas nas Américas: a arquiteturas produzidas pelos negros trazidos da África como escravos para as colônias dos plantations para as colônias Portuguesas, Espanholas, Holandesas, Francesas e Inglesas, que deram origem as Arquiteturas Afro-Latinas, Afro-Caribenhas, Afro-Americanas e Afro-brasileiras, a saber: povoamentos de negros escravos fugidos e libertos (Quilombos, Palanques, Cumbes, Marrons, Grand Marronage); templos religiosos de matrizes africanas (Cabulá, Catimbó, Vodum Haitiano, Vodum da Lousiana, Santería Cubana, Regla de Arará, Regla de Palo, Kumina, Terreiros de Candomblé da Bahia, Tambor de Mina do Maranhão, Xangô de Pernambuco, Batuque do Rio Grande do Sul, etc...); territórios da ludicidade e resistência negra (Casas da Salsa, Casas de Reggae, Casas de Mambo, Spirituals, Casas de Blues, Casas de Jazz, Blocos Afro, Afoxés, Maracatus, Congadas, Reizados, Foguedos e Escola de Samba, etc...). Arquiteturas tradicionais africanas. Arquiteturas e etnias africanas. Arquiteturas Afro-diaspóricas e Pós-colonialismo. Arquitetura, Pan-africanismo e Afro-centrismo: arquitetura no processo de fortalecimento das identidades nacionais após independência. Arquitetura Africana Contemporânea. Arquitetura e o movimento Afro-Futurismo. Relação entre território, cultura e etnicidade na arquitetura de quilombos. Vertentes teóricas e históricas sobre os quilombos no Brasil e suas abordagens espaciais e arquitetônicas: vertente africanista, conservativa, restaurativa (séc.XIX a 1960); escola paulista (1960-1980); estudos contemporâneos (1990 a atualidade). Cartografias Étnicas Quilombolas. Arquiteturas e territórios nos processos de reconhecimento de comunidades quilombolas pela FCP-Fundação Cultural Palmares e nos processos de titulação pelo INCRA – RTID. Conflitos entre comunidades quilombolas e a sociedade mais ampla em espaços urbanos: distritos, povoados, zonas de marinha, e regiões metropolitanas. Quilombos Urbanos. Templos Religiosos Africanos na África. Arquiteturas religiosas de matrizes africanas no Brasil: Terreiros de Candomblé, Casas de Xangô, Casas da Mina, Casas de Caboclos. Formação e vertente teóricas e histórica sobre as arquiteturas dos templos religiosos de matrizes africanas no Brasil: vertente africanista; vertente crioulista. Especificidades e diferenciações arquitetônicas entre as nações de terreiros de Candomblé no Brasil. Arquitetura dos templos religiosos de matrizes africanas e Cidade: relações, conexões, redes, conflitos, resistências e persistências no espaço urbano. Arquiteturas do Lúdico afro-brasileiro: Blocos Afro, Afoxés, Maracatus, Congadas, Reizados, Foguedos, Escolas de Samba.  Arquiteturas do lúdico afro-brasileiro e cidade: territórios negros, bairros negros e cidade em disputas. Arquiteturas do Lúdico Afro-brasileiro e suas relações com a cultura, resistência, ancestralidade, etnicidade, e estética negra. Letras e musicalidade negra na Arquitetura do Lúdico Afro-brasileiro. Arquiteturas do Lúdico Afro-brasileiro e suas relações discursivas com o movimento negro, movimento operário e sindical negro, pan-africanismo e afrocentrismo, processo de libertação dos países africanos, luta pelos direitos civis nos EUA, luta pelo Apartheid na África do Sul, e relações entre o Brasil – África empreendido por líderes religiosos de matrizes africanas.

| Comissões

COMISSÃO ORGANIZADORA

DOUTORANDO:

Flávio Cardoso Santos Junior- FAUFBA


MESTRANDOS(AS):

Vilma Patricia Santana Silva - FAUFBA
Sônia Silva Mendes - FAUFBA
Josane Oliveira - FAUFBA
Luana Figueiredo - FAUFBA
Soane Barbosa Pereira Menezes - FAUFBA
Paula Cristina Santos Costa - FAUFBA
Apoena Silva Ferreira - FAUFBA
Carlos Enrique Santos - FAUFBA
Bárbara Guimarães Vitorino - FAUFBA

 

GRADUANDOS:
Juscar Nancassa - FAUFBA
Edivaldo Barros - FAUFBA


PIBIC:
Gabriela Santiago - FAUFBA
Barbara Rocha - FAUFBA

 

MEMBROS:
Kaic fernando - FAUFBA
Andre Lima O´Dwyer - FAUFBA

Luis Guilherme Pires - FAUFBA

COMISSÃO CIENTIFICA

Arq. Teresa do Espírito Santo – SEDUR/RUI BARBOSA
Adv. Maria Alice - FAUFBA
Arq. Delania Santos Azevedo – FAUFBA

 

COORDENAÇÃO

Prof. Fábio Macêdo Velame – FAUFBA
Profa. Any Brito Leal Ivo- FAUFBA

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